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Especial Ituano

10 ANOS DO TÍTULO PAULISTA
 
Por Daniel Nápoli

Há exatos 10 anos, no dia 12 de maio de 2002, o Ituano Futebol Clube conquistava o Campeonato Paulista da Série A-1 ao vencer fora de casa, o América de São José do Rio Preto. 

Relembrando então esse acontecimento histórico, o Momento do Esporte traz depoimentos de nomes da  imprensa da região sobre suas lembranças da principal conquista. 







Luís Augusto Tirabassi, 24, jornalista
 
Galo cantou mais alto em 2002! 

Há exatos 10 anos o Ituano me trazia a mais gloriosa lembrança que eu tenho guardada na minha mente. O título de Campeão Paulista em 2002. O gol milagroso de Silvinho aos 40’ do segundo tempo do último jogo, diante do América, só foi à explosão final de um grito que estava entalado na garganta.
O Ituano não fez um campeonato muito consistente e teve alguns tropeços no caminho e o mais doloroso deles foi na penúltima rodada. O rubro-negro jogava por um empate diante do União São João de Araras, em meio a um Novelli Júnior lotado de espectadores. Era um sábado à tarde, mas precisamente dia 04 de maio de 2002. Eu tinha apenas 15 anos e lembro como se fosse hoje. A chegada do ônibus que transportava a delegação da equipe de Araras foi fenomenal. Gritos e gestos ofensivos por parte dos ituanos deram o tom da entrada.
Já no jogo, a multidão empurrava o Ituano para o ataque, mas quem marcou foi o União. O intervalo foi tenso, com a torcida apreensiva com o resultado adverso. “Poxa, vence esse jogo Galo, vai ter cerveja gratuita”, diziam alguns entusiastas que estavam pensando na cerveja que iria ser distribuída gratuitamente para a torcida, caso o Ituano vencesse o duelo.
No segundo tempo, ainda restava esperança, mas com o gol anulado de Basílio, a angustia rubro-negra não teve fim. Não era dia do Ituano e a decisão ficou adiada para a última rodada. O sentimento de frustração era enorme na saída do Estádio, todos cabisbaixos, entristecidos e alguns até revoltados com o resultado adverso.
Dia 12 de maio de 2002, última rodada do Paulistão. Ituano enfrentaria o América, em São José do Rio Preto. Quatro equipes brigavam pelo caneco. Ituano (37 pontos), União São João (36 pontos), Rio Branco (34 pontos) e Juventus (34 pontos). Uma vitória simples bastava para o Galo ser campeão, sem depender de outros resultados.
Os jogos começaram e o tempo foi passando. Rio Branco e Juventus ganhavam seus duelos e colocavam pressão para cima de Ituano e União, que ainda não saiam do 0 a 0, em seus respectivos jogos. Já no segundo tempo, o título de aproximava do Ituano, quando o placar anunciava que em Araras a Matonense abria o placar diante do União. O empate entre América e Ituano nesse momento daria o título para o Galo.
Foi quando um jogador vindo do banco de reservas, Silvinho, com um gol salvador aos 40’ do segundo tempo dava a vitória para o Ituano. “GOOOOOOL”, “GALO”, os gritos não paravam. Em Araras o União virava o jogo e deixava os ituanos mais apreensivos, pois um gol de empate selaria de forma dramática a história do Ituano. Mas o apito do árbitro Romildo Ferreira, encerrava o jogo e começa a festa na cidade.
Fogos, gritos, carreata, até mesmo torcedores com galo de verdade andavam pelas ruas de Itu. A chegada dos jogadores, ao estádio Novelli Júnior, no começo da noite daquele domingo selariam o encerramento das comemorações que marcavam de vez a história desse brilhante Ituano Futebol Clube.



 Rodrigo Gasparini, 32, jornalista
 

Lembranças de uma década


Conforme o tempo passa, é tendência natural da mente humana guardar detalhes dos grandes momentos que presenciamos. E lá se vão dez anos do título paulista conquistado pelo Ituano em 2002, tempo suficiente para a memória apagar parte do macro, mas deixar bem gravado o micro, os detalhes.
Título que, é sempre bom lembrar, foi conquistado num campeonato que não teve a participação dos grandes clubes. Isso não desmerece a conquista, mas a ressalva precisa ser feita sempre, para ser fiel à história.
Basta um momento de reflexão para que, uma década passada, cenas voltem ao pensamento como se tivessem ocorrido ontem mesmo.
Como a partida contra o União São João. Uma vitória selaria o título. Novelli Júnior lotado, festa pronta. Tão pronta que levaram o caminhão de chope para a frente do estádio antes da bola rolar. Só esqueceram de combinar com o time de Araras. Se tinha remotas chances de ser campeão, o União jogou pela honra naquele dia. Venceu o Galo e jogou água no chope de quem quis festejar antes da hora.
Mas a festa aconteceria. Uma semana depois, com a vitória sobre o América, em São José do Rio Preto. Estádio vazio, o América não queria mais nada com o campeonato e os torcedores do Galo que encararam 390 quilômetros de estrada ficaram à vontade na casa do adversário.
Em Itu, Restaurante Colombo cheio. Dividindo as mesas, gente que viu jogar a Sorocabana, gente que viu o FAI, gente que só viu o Ituano. Todos doidos para festejar o título estadual que, estava mais do que claro, viria. Como veio.
Como veio também a delegação do time. Chegou à cidade de ônibus, à noite. Na frente do Novelli Júnior, os jogadores eram esperados pela torcida que, àquela altura, saboreava o chope, desta vez, servido na hora certa, com gosto de troféu.
O ônibus estaciona, a pequena multidão se aglomera em torno dele. A porta é aberta e você fica pensando quem será o primeiro a descer. O capitão do time? O goleador? O ídolo da torcida? Nada disso.
O primeiro homem da delegação a pisar em solo ituano foi o dono do time, o empresário Oliveira Júnior. Que naquela época era apenas isso: empresário, dono de time ou a denominação que
preferir. A presença na política, que alteraria bruscamente sua biografia e a própria história com o Ituano viria meses depois.
Trocando cotoveladas e empurrões com um aqui, outro ali, me esgueirando por vãos abertos por quem também tentava ficar perto do ônibus, consegui chegar à primeira fila, dois ou três metros de distância do veículo somente.
E foi ali, bem à minha frente, que aconteceu a cena que, pouco tempo depois, seria classificada como uma aberração. Oliveira Júnior desce as escadas do ônibus e é recebido num efusivo abraço por Lázaro José Piunti, então prefeito de Itu.
Poucas luas se passaram e, como se sabe, eles se transformaram em ferrenhos adversários políticos.
Assim é o futebol, capaz de nos proporcionar momentos que marcam a vida das pessoas, das cidades.
Graças a Deus, escolhi ser jornalista. Posso ver a história acontecendo bem de perto e contar para todo mundo. Assim como conto, orgulhoso, que cobri o título paulista do Ituano em 2002.



Angelo De Bernardes Neto, 37, jornalista 
Campeonato comemorado entre amigos 

A comemoração do título de campeão paulista em 2002 foi inesquecível porque, por estas obras do destino, misturou numa mesma manhã três paixões de momentos distintos da minha vida: o “Recanto Olímpico”, o “Arame Liso Futebol e Conhaque” e o “Ituano Futebol Clube”. Além disso, significou o primeiro campeonato da fase “empresa” do rubro-negro.
No dia do último jogo, o Arame disputou um amistoso no Recanto Olímpico, onde passei boa parte da minha infância e adolescência jogando bola. Antes dos Varzeanos por Amizade e Arame Liso, domingo de manhã era sagrado o futebolzinho no Recanto. Só saíamos de lá para ir ao Majestoso da Vila Nova ver o Galo. O Galo, não. O FAI. Meu pai tinha cadeira cativa no estádio e era aquela farra. Saudades do Schanoski provocando quando o Palmeiras tomava gol: “Alô Nardo do Colombo, no Palestra Itália, Palmeiras zero, XV de Jaú, um...”. Ele fazia o mesmo com o Dr. Macruz, pai do também Arame Liso, Rodrigo Macruz, quando o Corinthians estava perdendo.
Vlamir, Django, Romeu, Roberto Ramos, Delei, Jenildo, Pereira, Batata, Níveo, Ulerique (é assim que escreve?), Valdir, Ezequiel, Juninho, Marcinho, Amaral, Reginaldo e tantos outros ídolos, não necessariamente nesta ordem eram a alegria do povo ituano. Não sai da memória também o “quem foi que me chamou” do vendedor de amendoim Trabaquini; um tiozinho que ficava pedindo a “macaaaaaaaaaaa” toda a vez que alguém caía no campo, o Bar do Nico, o Pedrão. Me perdoem Basílio, Fernando Gaúcho, Lúcio, Richarlyson, Pierre; mas a conquista de vocês me fez lembrar de outros tempos.
Naquela manhã estava acompanhado de grandes parceiros. Deixamos o campo e unidos sentamos em frente ao Bar do Dito para ver o final do jogo. Lembro de Vitor Moraes, dos meus amigos que hoje viraram cartolas do Ituano - Rodrigo Tomba, Eduardo Cotrim e Ricardo Jordani (se bem que tenho dúvidas se o Baba estava lá) torcendo com fervor. O gol do título acabou com a agonia iniciada na semana anterior, quando do mal resultado contra o União São João, em pleno Novelli. Ao final do jogo todos se abraçaram e naquele instante estava de volta a magia do Galo. Depois teve caminhão de chope em frente ao estádio e a tradicional festa pros campeões.
Em minha memória, o título valeu mesmo para rememorar as grandes conquistas diante de Ponte Preta, Matonense e Santo André; os clássicos contra a Saltense, Capivariano, as sacoladas na eterna freguesa
Portuguesa, as viagens pelo interior para ver o time junto do meu tio Espiga, do Bolinha e tantos outros queridos.
A conquista do Ituano em 2002 significa a última grande comemoração que fiz pelo time. Mostra o fim do período de romantismo em que aprendi a amar a equipe para o endurecimento da paixão em favor da profissionalização inevitável, o tão discutido “futebol-empresa”, tendo como primeiro símbolo o título paulista. Mesmo sabendo que o futebol mudou, torço muito para que a atual gestão consiga pelo menos despertar no ituano o carinho pela equipe, a vontade de ir ao estádio ver o rubro-negro jogar. Conquista maior não haverá. E como diria meu querido amigo Marcão Fluminense: “vai rubroooooooooooo!!!”. Sempre!





Moura Nápoli

Moura Nápoli

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