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30 ANOS DA "TRAGÉDIA DO SARRIÁ"

Por Daniel Nápoli

Há exatos 30 anos, no dia 5 de julho de 1982, o Brasil inteiro chorava a eliminação da Copa do Mundo, frente a Itália. Sem dúvida, a derrota foi uma das mais doloridas da história do futebol nacional, ao lado da perda da Copa de 1950, disputada em território brasileiro.

Um time recheado de craques como Zico, Júnior, Falcão, Sócrates e cia não poderia jamais sair daquela Copa sem o caneco. Não só para o país, mas para o mundo do futebol, a conquista do tetra naquele ano era só questão de tempo.

Mas naquela tarde, o futebol-arte sucumbiu à frieza, ao pragmático futebol da Itália, de Zoff, Conti, Tardelli e Paolo Rossi, que anotou três gol que selaram o destino de uma nação. Justo Rossi, que até então não havia marcado em um jogo sequer da competição e já era duramente questionado pela própria imprensa italiana.

Brasil 2x3 Itália, disputado no estádio Sarría (demolido em 1997), na cidade de Barcelona, entrou para a história do futebol. A seleção canarinho pode não ter ganho a Copa, mas ainda está no imaginário do torcedor que preza pelo futebol-arte.

Sendo assim, 30 anos depois, o MOMENTO DO ESPORTE ouviu duas pessoas que vivenciaram aquele 5 de julho de 1982 e nos contam como viram aquela derrota e o que mudou para o futebol aquele resultado.


João Gonzales, 68, jornalista
TRAGÉDIA DO SARRIÁ – COPA DO MUNDO DE 1982 
Assim como eu, naquele dia nenhum torcedor brasileiro poderia imaginar algo que fosse diferente de uma vitória incontestável. O clima estava perfeito para mais uma grande exibição e uma espetacular apresentação como fora a anterior contra a Argentina de Maradona, e também pelo fato de que apenas bastava o empate para o time brasileiro, recheado de grandes craques, e com um ótimo retrospecto na competição, passasse para a outra fase da Copa. Dirigido por Telê Santana, era o verdadeiro retrato do “futebol arte” e era contagiante e impossível ficar impassível diante de tamanha demonstração de técnica refinada. Mas, naquele dia nada deu certo e foi uma catástrofe realmente, pois, o ataque até que funcionou indo para a frente e marcando belos gols não deixando a Itália se distanciar no marcador, entretanto, aquele passe errado do Toninho Cerezo para o Paolo Rossi fazer o segundo gol, já estava anunciando que alguma coisa não estava indo bem naquela fatídica segunda-feira. Começamos o segundo tempo em desvantagem, mas, após conseguirmos nos animar com o empate no gol de Falcão, alguns minutos depois apareceu novamente a força da Itália através do “carrasco” Paolo Rossi que, muito iluminado naquele dia, acabou de vez com a nossa alegria. A partir daí um sentimento profundo de tristeza e decepção começou a tomar conta de todos nós e a preocupação pela derrota e desclassificação já eram mais que evidentes, pois, nossos talentosos craques não conseguiam mais furar a defesa do adversário esbarrando lá atrás no goleiro Dino Zoff. Não era realmente o nosso dia, era a derrota do futebol espetáculo. Esse amargo resultado diante da Itália acabou contribuindo para que o futebol mundial de um modo geral se influenciasse e seguisse o exemplo desse futebol força, privilegiando a marcação em detrimento da técnica e da habilidade dos jogadores no chamado futebol arte. 

 
Renato Boni, 43, micro-empresário
TRAGÉDIA DO SARRIÁ
Eu tinha 13 anos, quando aconteceu a "Tragédia do Sarriá" e na inocência de adolescente já apaixonado por futebol eu tinha uma única certeza, era impossível sermos eliminados pela Itália naquele dia. Não tinha ninguém que duvidasse que seriamos campeões do mundo naquele ano, tinhamos Zico, Sócrates, Falcão, Éder, Júnior, Cerezo...até o mais pessimista não acreditava numa desclassificação diante da irregular Itália. Quando o jogo começou, mesmo após a cada gol que o Paolo Rossi marcava eu continua acreditando, me lembro de ver a fisionomia de preocupação do meu pai e eu pensava; por que ele está tão nervoso, nós vamos ganhar. Mas aí o tempo foi passando, a angústia aumentando e quando o jogo terminou só me lembro de ver meu pai com os olhos vermelhos, tentando segurar o choro e um silêncio total nas ruas.
Depois dessa derrota o futebol mudou muito, a maioria dos treinadores chegaram a conclusão de que o futebol arte, de toque de bola, pode ser muito bonito de se ver mas não dá resultado dentro de campo e a melhor solução para conseguir uma vitória é colocar o máximo de volantes que puder para marcar o time adversário e quem sabe fazer um gol de bola parada ou no contra-ataque. Conclusão; o futebol de hoje é muito mais feio que o de 30 anos atrás.


Moura Nápoli

Moura Nápoli

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