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COPA DO MUNDO -  1958

O FIM DO “COMPLEXO DE VIRA-LATA”

Por Daniel Nápoli

A sexta edição da Copa do Mundo FIFA teve realização no ano de 1958, na Suécia. Assim como na edição anterior, disputada na Suíça, 16 seleções participaram do torneio. Além do país sede e da Alemanha Ocidental, então campeão mundial, participara da Copa-1958 Brasil, Áustria, França, Tchecoslováquia, Hungria, União Soviética, Iugoslávia, Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia, País de Gales, Argentina, México e Paraguai.

Primeira fase:
Pelo regulamento, a fase inaugural do Mundial disputado na Suécia, previa a divisão das seleções participantes em quatro grupos de quatro países cada. A saber: Grupo 1 (Alemanha Ocidental, Irlanda do Norte, Tchecoslováquia e Argentina), Grupo 2 (França, Iugoslávia, Paraguai e Escócia), Grupo 3 ( Suécia, País de Gales, Hungria e México) e Grupo 4 (Brasil, União Soviética, Inglaterra e Áustria).

A então campeã Alemanha Ocidental, mesmo mantendo sua base vitoriosa, encontrou dificuldades para avançar às quartas-de-final da Copa-1958. Apesar da boa estreia diante da Argentina (vitória por 3x1), os alemães ficaram no empate contra Tchecoslováquia e Irlanda do Norte (ambos por 2x2). O suficiente para colocar a seleção na fase seguinte ao lado da Irlanda do Norte.

Apesar de uma goleada, o Grupo 2 foi marcado pelo equilíbrio. Logo em sua abertura, a França goleou o Paraguai por 7x3. No jogo seguinte, os franceses foram surpreendidos e perderam por 3x2 para a Iugoslávia, que empatou em um empolgante 3x3 com os paraguaios, que vieram a vencer a Escócia por 3x2. A França, se recuperou da derrota e bateu os escoceses por 2x1, avançando às quartas-de-final ao lado da Iugoslávia.

Pelo Grupo 3, os donos da casa não tiveram muitas dificuldades para obter a classificação. Logo na estreia venceram bem os mexicanos por 3x0. No segundo confronto a vítima foi a Hungria (2x1). Já classificados para a fase seguinte, os suecos ficaram apenas no 0x0 com o País de Gales, no último jogo da fase. Um fato curioso nessa chave foi o critério adotado para apontar o segundo país classificado. Empatados em número de pontos, País de Gales e Hungria fizeram um jogo desempate para saber quem iria avançar. O País de Gales levaram a melhor sobre os vice-campeões mundiais de 1954, com uma vitória por 2x1.

Depois das últimas frustrações em Mundiais, o Brasil estreou na Copa da Suécia com uma importante vitória sobre a Áustria, terceira melhor seleção da Copa anterior, por 3x0 (gols de Mazzola – dois e Nilton Santos). No segundo jogo, os comandados de Vicente Feola não saíram do zero com a Inglaterra, em um jogo duríssimo. No terceiro e decisivo jogo, o jogadores do Brasil pediram ao treinador as entradas de Pelé (de apenas 17 anos) e de Garrincha (foto ao lado), no time titular. O pedido não foi só aceito, como deu resultado e  a seleção canarinho, com dois gols de Vavá, bateu a forte União Soviética do goleiro Yashin, por 2x0, garantindo uma vaga nas quartas-de-final, ao lado dos próprios soviéticos.

Quartas-de-final
Passada a primeira fase, oito seleções seguiram na luta pela taça Jules Rimet (Suécia, URSS, Brasil, País de Gales, França, Irlanda do Norte, Alemanha Ocidental e Iugoslávia).

Com a dupla Pelé/Garrincha realizando sua segunda partida naquela Copa, o Brasil encarou o País de Gales, por uma vaga na semifinal. Mesmo em um jogo bastante difícil, Pelé, apensar da pouca idade e da então inexperiência internacional chamou a responsabilidade e marcou o único gol daquela partida. O camisa 10 ajudava a colocar o país entre os quatro melhores da Copa-1958. Pelo mesmo placar, a Alemanha Ocidental venceu a Iugoslávia.

Os anfitriões também se garantiram nas semifinais ao bater a URSS por 2x0, com gols de Hamrin e Simonsson. A França, completou o grupo de semifinalista, ao golear a Irlanda do Norte por 4x0.


Semifinal
Chegara a semifinal e nela estavam quatro fortíssimas seleções. Na primeira delas, Brasil x França protagonizaram um dos melhores jogos da história das Copas. De um lado jogadores como Pelé, Garrincha, Didi e Vavá, do outro, o artilheiro daquele mundial, Just Fontaine.
 
Logo aos dois minutos de partida, Vavá (foto ao lado) tratou de abrir o placar para a seleção canarinho. Mesmo sofrendo um gol no início, a França não se abateu e empatou o jogo com Fontaine, sete minutos depois.

A partir daí, o que se viu foi um confronto duríssimo, com boas chances de gol para os dois lados, mas quem aproveitou a oportunidade foi o Brasil, que com Didi, aos 39 minutos, voltou a ficar na frente do marcador.

Veio o segundo tempo e com ele o mundo conheceu de fato Pelé. Em uma atuação de gala, o jovem craque marcou três gols colocando o Brasil na final do Mundial. Piantoni ainda descontou, mas já era tarde.

A outra semifinal (Suécia x Alemanha), reservava mais um grande jogo. De um lado os anfitriões da Copa-1958, do outro, a Alemanha, a então campeão da edição anterior. Mesmo saindo na frente (gol de Schafer), os defensores do título sucumbiram à talentosa seleção sueca, que com gols de Skoglund, Gren e Hamrin, viraram a partida e garantiram sua participação na grande decisão contra o Brasil.

Terceiro lugar:
A decisão do terceiro lugar ficou entre França x Alemanha. Após a derrota sofridas diante do Brasil, os francês voltaram a vencer. Com uma brilhante atuação de Just Fontaine (que anotou quatro gols), os “Blues” golearam os então campeões do mundo por 6x3 e terminaram com o bronze.

Final
Suécia x Brasil realizaram a grande final da Copa do Mundo de 1958. Com isso, o planeta iria conhecer um campeão inédito. De um lado os donos da casa que nunca haviam estado em uma decisão de mundial e do outro, um país que vinha de uma enorme decepção de oito anos atrás, quando perdeu uma Copa praticamente ganha em seu território.

A partida decisiva começou e logo aos quatro minutos os suecos já comemoravam o possível título com um gol de Liedholm. As lembranças de 1950 retornavam na mente dos jogadores brasileiros, menos de Zagallo, que tratou de manter seus companheiros com a cabeça no lugar. Com isso, a seleção brasileira mostrou o seu poder de reação e com dois gols de Vavá, virou a partida.

Veio o segundo tempo e logo aos 10 minutos Pelé para não deixar dúvidas de  que seu talento estava vindo para ficar, anotou o terceiro gol brasileiro. A taça estava próxima. Pouco tempo depois, Zagalo tratou de ampliar a vantagem do Brasil, que neste jogo estava atuando de camisa azul, fazendo o quarto tento.

Embora estivesse envolvido no toque de bola verde e amarelo, os suecos lutaram até o fim e aos 35 minutos marcaram o segundo gol com Simonsson.  Mas nove minutos depois, com um golaço, Pelé deu números finais à partida: 5x2.

O Brasil era pela primeira vez campeão do mundo de futebol. Era o fim do “complexo de vira-lata”, como diria o saudoso escritor Nelson Rodrigues. A taça do mundo era nossa!

Moura Nápoli

Moura Nápoli

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