Após a convocação da Seleção Brasileira para a Copa do
Mundo de 2018, convidados dois jornalistas e uma estudante de Jornalismo, para
saber de suas expectativas para a participação do Brasil em solo russo.
Confira!
André
Roedel, Jornalista
A volta do respeito à
Seleção
Desde
que assumiu o comando técnico da Seleção Brasileira, Tite tem conseguido
recuperar uma coisa que tinha ficado bem distante, talvez no já longínquo ano
de 2002: trata-se do respeito à amarelinha. Para qualquer outra seleção, jogar
contra o Brasil no passado era sinônimo de jogo difícil, em que nossa escrete
era sempre a favorita. Porém, antes de Tite, não era isso o que vinha
ocorrendo.
Ensaiamos
uma recuperação na primeira passagem de Dunga – apesar do futebol horrível
apresentado, mas eficiente – e flertamos para a volta à elite mundial com o
início promissor da segunda passagem de Felipão, com aquela excelente conquista
da Copa das Confederações sobre a forte Espanha. Mas aquilo se mostrou a maior enganação
de todos os tempos. O arrogante time do técnico gaúcho caiu de quatro na Copa
em casa. Aliás, de sete...
Após
uma nova – e desastrosa – passagem de Dunga, veio Tite, nove vitórias
consecutivas, classificação garantida e ele, o respeito. Essa pequena palavra
de oito letras é que vai fazer toda a diferença na campanha da Copa do Mundo da
Rússia. As seleções que nos enfrentarem terão pela frente um forte selecionado,
com uma mescla de experiência e juventude e com fome de título. Além disso,
terão que encarar a famosa “titebilidade” e um time mordido, querendo resgatar
o moral de toda uma nação.
As
expectativas dentro de campo são altas. Se fora o futebol nacional vive a
baixaria de sempre, dentro das quatro linhas temos uma geração promissora
liderada por Neymar, Gabriel Jesus e companhia, com jogadores menos técnicos,
mas que podem surpreender, como o sempre eficiente Paulinho.
O
caminho rumo ao hexa será duro. Temos Espanha, Alemanha e França em boa fase.
Isso sem contar as sempre temidas surpresas. No grupo brasileiro, porém,
acredito que a passagem será livre, direto para o primeiro lugar. A única
seleção que pode apresentar maior dificuldade é, quem diria, a Costa Rica.
Depois, é só esperar que tudo corra bem e disputemos o título em Moscou.
Antonio
Rafael Júnior, Jornalista
A chance do hexa na Rússia
Definidos
os 23 convocados, a seleção brasileira começa nos próximos dias sua preparação
para a Copa do Mundo. A partir de agora, Tite terá a missão de ajustar a equipe
que imaginou ser a ideal para buscar o hexa na Rússia, criando variáveis
táticas para encarar os diferentes estilos de jogo dos adversários.
A
expectativa quanto ao papel do Brasil neste Mundial é absolutamente positiva.
Tite possui o grupo nas mãos, deu padrão à equipe, resgatou o respeito dos
adversários e conta com a simpatia da torcida e da mídia.
A
chance do hexa em 2018 é real. A geração tem bons talentos individuais e o
grupo se adaptou fielmente à filosofia de jogo de Tite. O ponto mais vulnerável
é a lateral direita, pois Daniel Alves não tem substituto à altura. Ainda
assim, acredito que Tite saberá criar um sistema que permita a cobertura
necessária.
O
desafio brasileiro será conter a euforia e saber administrar a condição de
favorito, o que nem sempre é fácil. E isso será fundamental já na primeira
fase, pois dois dos nossos rivais de grupo costumam dar poucos espaços a quem
os enfrenta. Furar as retrancas suíça e sérvia será não só um teste de
paciência, mas também a oportunidade de a equipe mostrar qualidade e
criatividade para encontrar o caminho do gol. A Costa Rica, por sua vez, deve
ser presa fácil.
Nas
oitavas, é provável que os suecos cruzem nosso caminho. Os escandinavos, no
entanto, não têm a qualidade de outros tempos, como 1958 e 1994.
A
partir das quartas, o negócio complica. Belgas ou ingleses podem ser
adversários. Os primeiros contam com vários talentos; já os ingleses estão em
processo de renovação e tendem a ser mais competitivos. Ainda assim, não
acredito que possam desbancar o Brasil.
Da
semifinal em diante, a briga é de cachorro grande e fica mais difícil prever os
adversários. É certo, porém, que lá chegarão as quatro seleções que brigarão
pelo título possivelmente em igualdade de condições.
Além
do Brasil, vejo como favoritos nesta Copa Alemanha, França, Espanha e
Argentina. Se o Brasil cumprir o seu papel, acredito que duas destas seleções
estarão em nosso caminho na semifinal e numa eventual final. A equipe de Tite
parece preparada para encarar qualquer uma delas, inclusive os fantasmas
alemães, dos 7 a 1 em casa em 2014, e os fantasmas franceses, que nos venceram
nos últimos três encontros em Copas.
Beatriz
Pires, estudante de Jornalismo
Retorno
da empolgação
Até
a convocação da seleção brasileira, ocorrida na segunda-feira (14), aquele
clima típico de Copa do Mundo ainda não havia aparecido para mim, a não ser
pela euforia da chegada do álbum de figurinhas.
Isso
porque os últimos episódios da atuação do futebol do Brasil deixaram marcas até
mesmo nos torcedores mais otimistas, como eu, gerando desconfiança e diminuindo
as expectativas.
Porém,
como havia dito, depois da convocação senti que a magia da Copa do Mundo está
aparecendo aos poucos, timidamente. E não apenas por conta dos 23 nomes
divulgados pelo Tite, mas porque através desses nomes tudo vai tomando forma.
Os possíveis erros e acertos na escolha de cada jogador vão começando a
aparecer, os milhões de técnicos de sofá já montam a escalação, fazem análises
e assim por diante.
Entretanto,
acredito que o universo futebolístico pode ir muito além das teorias, técnicas
e constatações prévias. Visivelmente essa não é a nossa melhor seleção, muito
menos a pior, mas espero, assim como uma boa brasileira que não desiste nunca,
que sejamos surpreendidos positivamente (que é o que o futebol mais faz) e
tenhamos bons resultados.
Não
vou negar que ainda há receio. Mas misturando o sentimento de imprevisibilidade
e ao mesmo tempo contando com a técnica, tática, garra dos jogadores e tudo o
que faz parte de um bom futebol, me sinto cada vez mais empolgada para o que
acontecerá na Rússia em menos de um mês.
Será
mesmo que o hexa vem?
Ano de Copa do Mundo, tudo
passou tão rápido, parece que foi ontem aquele sofrido 7x1 contra a Alemanha,
que deixou os brasileiros desacreditados da seleção.
E tem como não desacreditar?
São três Copas do Mundo torcendo por um hexa que parece não pertencer mais ao
país do futebol.
Aquela euforia que existiu
em 2002, me faz lembrar o quão era incrível torcer, vibrar e acreditar que o
título sempre viria.
Mas, os tempos mudaram,
podemos ir além de seleções, podemos começar falando sobre os jogadores. Claro,
não vamos generalizar, mas, quer maior decepção do que a convocação do Tite?
Admito admirar o trabalho
que o Tite realiza, mas, que convocação foi essa?
Não vamos nem entrar no
mérito de clube dos jogadores, porque acaba nem valendo à pena, vamos falar de
destaque, não consigo achar nem três jogadores que se destacaram nos últimos
anos para ser parte de uma seleção – podem até dizer que eu não entenda de
futebol – mas, não acredito estar errada.
A contusão de Daniel Alves
causou preocupação maior ainda, até
mesmo por ter em seu lugar um jogador como Fagner, o qual todos sabem que é
desleal em muitas jogadas.
Já pararam para pensar que
mesmo a seleção não estando em uma fase de muitas comemorações, a camisa do
Brasil tem seu peso, afinal de contas, grandes nomes do futebol já vestiram
essa camisa. Nomes como de Roberto Carlos, Cafu, Ronaldo, Bebeto, Ronaldinho
Gaúcho, grandes ícones do futebol brasileiro que nos fizeram alcançar o penta.
Hoje é preciso se perguntar,
será mesmo que o hexa vem? Em um momento em que os jogadores se preocupam mais
com seu status na mídia do que em jogar futebol. A essência do país do futebol
vem se perdendo a cada dia, infelizmente.
E há quem acredite que os
convocados estão bem preparados para trazer a taça, e não julgo ninguém por
isso. Mas, nossa realidade é bem diferente, tão diferente que não podemos
comparar jogadores de hoje com jogadores do penta campeonato.
Devemos aguardar para saber
quais serão as próximas surpresas, quem sabe uma “contusão” daquele jogador que
muitos estão colocando as esperanças, que a meu ver, não tem estrutura para
tanta responsabilidade.
A realidade é esta, faltando
apenas 28 dias para o inicio da Copa do Mundo, aquela vibração de ruas pintadas
e decorações já não se vê mais,diante disso, acredito que o Brasil deixou de ser o país do
futebol em 2002.
E claro, se acontecer de vir
o hexa, não mudarei nada sobre a minha opinião, afinal, não podemos esquecer
que alem do mérito, é obrigação dos jogadores conquistarem o título.
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