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FRIEDENREICH, O PRIMEIRO ÍDOLO DO FUTEBOL BRASILEIRO


PRIMEIRO GRANDE ÍDOLO DO FUTEBOL BRASILEIRO, JÁ TEVE O RACISMO COMO MAIOR ADVERSÁRIO

Embora a maioria das pessoas atribuam ao paulista Charles Muller o fato de ser o primeiro grande craque do futebol, isso é muito discutível, pois em sendo um dos primeiros a praticar o futebol no Brasil, ele se sobressaia pois seus adversários não tinham condições técnicas de acompanhá-lo.

Na verdade, há teses que documentam que sequer foi Charles Muller quem trouxe o futebol ao Brasil. Este teria se iniciado em Itu, no Colégio São Luis (onde hoje funciona o Quartel), trazido por padres que vieram da Europa com bolas de capotão e organizaram os primeiros jogos em aulas de ginástica (antiga educação física).


Então, após o futebol passar a ser disputado regularmente e na fase amadora, antes da organização dos campeonatos e mesmo depois disso, o primeiro grande craque pode se dizer que foi Arthur Friedenreich, o El Tigre.

Nascido em 18 de julho de 1892, em São Paulo, Friedenreich foi um grande artilheiro. Em sua extensa carreira, defendeu clubes como Germânia (atual Pinheiros), Makenzie, Paulistano, São Paulo, Santos e Flamengo, entre outros.

Vestiu a camisa da Seleção Brasileira pela primeira vez em 1914, quando o Brasil perdeu para a Argentina por 0x3. Fried defendeu o Brasil oficialmente em 23 jogos, marcando dez gols. Ainda em 1914 esteve no selecionado que ganhou o primeiro título internacional para o Brasil, a Copa Roca.

Sua maior decepção ocorreu em 1930. No auge de sua forma, Fried foi impedido de servir a Seleção na Copa do Mundo no Uruguai, porque o então presidente da Liga Paulista, Elpídeo de Paiva Azevedo ficou sabendo que não havia nenhum paulista na Comissão Técnica do Brasil e, com isso, não permitiu que nenhum jogador paulista servisse a Seleção.

El Tigre foi o principal jogador brasileiro na sua época, marcou o gol do título da Copa América, era querido, idolatrado, mas mesmo assim teve de lutar contra o racismo (era filho de pai alemão e mãe negra brasileira).

Só para se ter ideia de um dos capítulos tristes da história do futebol daquela época, em 1919 o presidente Epitácio Pessoa assinou uma Lei Federal que proibia jogadores mulatos e negros a fazer parte da Seleção Brasileira de Futebol.

Com isso – e sem seu principal jogador – o Brasil passou por um período absolutamente sem destaque nas competições internacionais, tanto que a infeliz lei foi revogada em 1922. 

Assim,  El Tigre voltou a defender a seleção na Copa América de 1922, realizada no Brasil. Ele disputou o torneio e o Brasil voltou a ser campeão. Coincidência?

Como naquela época praticamente não haviam registros e a imprensa esportiva engatinhava, uma série de mitos foram criados em torno de Fried (alguns alimentados pelo próprio). Dois deles: teria marcado mais de mil gols em sua carreira e jamais desperdiçou uma cobrança sequer de penalidade.

Depois de morto (faleceu em 6 de setembro de 1969, aos 77 anos, em São Paulo), Fried ganhou algumas homenagens: há um parque localizado na Vila Alpina em São Paulo com seu nome. Também é nome de rua na Zona Leste paulistana e há uma escola nas proximidades do maracanã, no Rio de Janeiro, que leva seu nome.



Moura Nápoli

Moura Nápoli

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