RODRIGO RAMIS LEMES APONTA ALTERNATIVAS PARA
QUE CLUBES POSSAM SUPERAR CRISE FINANCEIRA
Nesta sexta-feira (29), o MOMENTO do ESPORTE traz um artigo de
Rodrigo Ramis Lemes (foto), da cidade de São José dos Campos/SP. Formado em
administração de empresas, pós-graduado
em gestão de negócios, membro da Associação Brasileira de Pricing e
possuindo em seu currículo diversos cursos de especialização em Pricing e Revenue Managment,
incluindo na Professional Pricing Society, ele comenta sobre impacto do novo
coronavírus no mundo do futebol.
Além disso, Rodrigo que possui um canal no
Youtube, chamado “Pricing não é Preço”(https://www.youtube.com/channel/UCJDut4qk-3_-pMfRJvr6TRA”
) - com intuito de ajudar pequenos empresários e compartilhar conteúdo de alta
qualidade sobre gestão financeira e precificação – comenta quais os “caminhos”
que os dirigentes do futebol poderiam seguir para melhorar a situação
financeira dos clubes, no período. Confira o artigo produzido especialmente
para o site!
Impactos da COVID- 19 no Futebol
(Por Rodrigo Ramis Lemes)
“Todos
sabem que o futebol é a paixão nacional e já faz parte da nossa rotina torcer,
vibrar e cantar pelo nosso clube, além de nos reunirmos com amigos e até mesmo
jogarmos aquela ‘pelada’ no final de semana, mas neste período de instabilidade
e pandemia nem o nosso time favorito escapa da crise.
Este
vírus é muito perigoso, porém, ressalto que ele é tão nocivo especialmente
devido ao fato dele afetar dois pontos de necessidades básica do ser humano: a
saúde e o financeiro. Hoje (29 de maio), já temos mais de 348.000 mortes no
mundo todo e 25.697 de mortes no Brasil oriundos desta pandemia. Também tivemos
quase 5.000.000 de postos de trabalho fechados no trimestre e o desemprego
alcança o patamar de 12.800.000.
Voltando
ao futebol, sem recebimento de bilheteria, com propagandas e patrocinadores
suspensos,a maioria dos clubes já começa ter dificuldades financeiras e com
estes problemas, muitos setores do clube são afetados.
Um
clube de futebol para a maioria das pessoas é simplesmente uma paixão, mas
temos que lembrar que também é uma empresa, tem contas, despesas e receitas,
apesar de juridicamente serem cadastradas como associações sem fins lucrativos,
etc. Sei que isto é bem difícil de visualizar, por isso vou explicar um pouco
mais e trazer exemplos reais.
E
por que falar de finança? A estabilidade
financeira, segundo especialistas, é um dos principais motores para o sucesso a
longo prazo, haja visto que todo clube quer ser competitivo, comprar os
melhores jogadores, ter ótimas instalações e etc...
Voltando
ao custo de manter um clube, os custos fixos, são aquelas despesas que são
conhecidos como “custo de estrutura”, pois, todo final de mês serão pagas,
independentemente de acontecer ou não os jogos de futebol, alguns exemplos
práticos de custo fixo de um clube são: pagamento da parcela de financiamento
do estádio, salário dos funcionários, salários dos atletas, sistema de
segurança e limpeza, pagamento de sistemas administrativos, entre outros.
Parece
bastante despesa, né? Mas ainda tem mais, as despesas variáveis são aquelas que
só acontecem quando há produção ou comercialização de um produto, no caso do
futebol, quando está havendo jogos, os principais custos variáveis incluem:
comissão por ganhar campeonatos ou por passar de fases, valores de viagens,
hotéis, passagens aéreas, compra de jogadores, etc..
Mas
o que fazer para minimizar os impactos financeiros e evitar a demissão de funcionários
e atletas? Esta
é uma pergunta difícil, mas existem algumas estratégias que podem ajudar a
diminuir os impactos da crise no bolso dos clubes, isto não solucionará os
problemas, mas os minimizará.
Uma
possibilidade seria apelar para os torcedores e fazer incentivos para obter
maior número de sócios. Esta estratégia consistiria em dar algum beneficio
extra para novos torcedores se tornarem sócios neste momento difícil. Algumas
coisas que às vezes são simples para o clube, mas que o torcedor vê muito
valor, funcionariam muito bem, por exemplo: sortear algumas pessoas para
assistir alguns jogos de graça no futuro, sortear algumas pessoas para que
possam conhecer os seus jogadores
preferidos e coisas deste tipo.
A
primeira vista pode não parecer ajudar, mas imagina um clube de tamanho médio
com 4.000.000 de torcedores, onde, atualmente, somente 30 mil são
sócios-torcedores, sendo que a média de valor pago por cada sócio-torcedor é de
30 reais, vejam o tamanho do potencial de aumento de receita.
Pensando
que apenas 20% das pessoas se tornem sócio-torcedores, com estes novos
incentivos, para ajudar o time neste momento, a receita aumentaria em pelo
menos R$ 24.000.000 por mês.
Outra
possível estratégia seria vender vale-ingressos com desconto, ou seja, o
torcedor compra o vale-ingresso agora e utiliza no futuro.
Mais
uma possibilidade, seria a criação de cartões recarregáveis, onde o torcedor
poderia colocar um saldo em dinheiro, por exemplo R$ 1.000 e utilizar depois
para comprar ingressos, camisas do time e outros artigos.
Enfim,
como todas as empresas o futebol não tem data para voltar e estão sofrendo os
impactos fortemente, agora é com os clubes, até que ponto será possível segurar
as pontas? Não é hora de começar a se movimentar e criar estes programas de
incentivo? Ou em última das hipóteses não é hora de reduzir custos de luxo que
não agregam valor para o time nem para o clube? Fica aqui está reflexão.
Veremos nos próximos meses, quais escolhas e consequências serão predominantes
no futebol brasileiro.”
Além do canal no
Youtube, Rodrigo Ramis Lemes possui no
Facebook, a página Pricing não é Preço, com mais dicas para os pequenos
empresários. Você pode acessá-lo através do linik: https://www.facebook.com/pricingnaoepreco/.
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