TRAJETÓRIA DAS DESBRAVADORAS DO BASQUETE FEMININO É ABORDADA POR HELEN SUQUE E SILVIA SPOLIDORO
Por Daniel Nápoli
Neste domingo (6), será lançado o
documentário “Mulheres à Cesta”, de Helen Suque e Silvia Spolidoro, aborda a
história das grandes desbravadoras do basquete feminino do Brasil.
Se a geração de Paula, Hortência e Janeth
conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1996 e o título mundial de
1994, além do ouro no Pan de Havana-1991, foi graças a toda a luta de Maria
Helena Cardoso, Heleninha, Norminha, nadir, Odila, Marlene, Benedita, Nilza, Delcy,
Elzinha e Simone, contra o preconceito e os problemas de estrutura da
modalidade que ainda “engatinhava” no país, pavimentando o terreno nos anos de
1960 e 1970 para que outra geração pudesse brilhar.
O documentário nasceu de um livro com o
mesmo título, de autoria de Claudia Guedes, professora de cinesiologia da San
Francisco State University, que retrata todo o caminho percorrido pelas atletas
em quadra, em uma sociedade que via como afronta, a mulher praticando esporte.
A geração de Maria Helena Cardoso, Heleninha
e Norminha, foi a responsável pelo
Brasil ser reconhecido internacionalmente na modalidade, sendo
convidadopela FIBA (Federação Internacional de Basquete), no ano de 1965, para amistosos
contra a Tchecoslováquia (atual República Tcheca), em Madrid, na Espanha,servindo
como teste para a inclusão do basquete feminino em Olimpíada.
A disputa entre uma equipe versátil
(Brasil) contra outra de força física, não só funcionou como teste, como as
atletas brasileiras encantaram ao ponto da modalidade ser inclusa nos Jogos
Olímpicos de Montreal-1976, só ficando fora de Cidade do México-1968 e
Munique-1972, por existir uma lista anterior de inclusão de modalidades.
Com isso, infelizmente aquela brilhante
geração não pode disputar uma Olimpíada, porém garantiu a medalha de bronze no
Mundial de 1971, disputado no Brasil.
Roteirista e diretoria, Silvia Spolidoro fala sobre o documentário. “É um ato de dar voz para essas mulheres, que tiveram superação e deixaram um legado. A mulher tinha de ser mãe naquela época. Eles enfrentaram o preconceito, lutaram contra tudo e contra todos para jogar basquete. Elas conseguiram vencer no jogo da vida pelo basquete. Essa medalha de bronze (no Mundial) foi um ouro”.
Produtora executiva do documentário, Claudia Guedes aprovou o resultado da adaptação de sua obra para o cinema. “O filme é de muita sensibilidade. Era uma história que precisava ser contada”, comenta a escritora, que elogia a campanha das atuais jogadoras. “É uma frase brilhante (#Levanteaboladelas). Não queremos o que é dos homens. Queremos ser valorizadas tanto quanto eles. A sociedade sempre lutou por causa das diferenças. A igualdade para adversidade não existe”.
Sobre a adaptação do livro, em que é abordado somente o basquete feminino do Brasil até o Mundial de 1971, o documentário aborda também as conquistas da geração seguinte, liderada por Hortência, Paula e Janeth.
O documentário “Mulheres à Cesta” poderá
ser adquirido através do site: www.mulheresacesta.com.br.
Foto - Divulgação
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